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12 de junho de 2009

A Bahia multicor do Setubal


Houve uma Bahia que comportava toda a felicidade que o ser humano pode alcançar nesta existência. Jorge Amado, nosso bardo maior, ao som do violão de Caymmi, cantou aos quatro cantos do mundo esta ventura. E pessoas vinham de terras distantes para aqui encontrar cada uma sua estrela-guia. Mas chegaram os anos de chumbo, a era das trevas que se diziam luz. Vinte longuíssimos anos depois de uma ditadura militar truculenta e sufocante nos costados restou-nos um país com um profundo e grave apartheid social e com ele os guetos, a miséria inaudita, a violência que nos atinge a todos, a constatação flagrante da impunidade, a insegurança geral. Aqui, nesta terra Bahia, houve resistência a tão terríveis algozes e pessoas que deram suas vidas lutando contra eles. Gente que já antecipava as mazelas que viriam e a grave situação de injustiça que cá vinha se instalando. Mas houve também por aqui magotes de sórdidos, venais e arrivistas travestidos de políticos que ajudaram a canalha retrógrada a nos trazer a sombra, a dor, o medo. E muito do ruim há em nossa volta. Não obstante, há no âmago do povo desta terra, Boa Terra, algo indefinível que nos faz seguir em frente com a fronte erguida e um sorriso nos lábios. E ainda que tão dessemelhante de nosso antigo estado, Gregório, a Bahia ri e dança e ama e passeia e vive a vida com intensidade mostrando que nossa vocação mais genuína e legítima é a felicidade. Tento captar um pouco disto quando caminho pelas praias, ruas, becos, vielas e ladeiras desta Soterópolis -que é o outro nome desta cidade de Salvador- e colocar em telas cheias de cores, o que me faz tão feliz quanto fazer caricaturas.






2 comentários:

Paulo Setúbal disse...

Big Biratan! Que massa ver mais estas minhas pinturas e meu texto em teu tão visitado blog, certeza de que uma hiperlegião de leitores Birísticos já os viu e tantos ainda hão de ver graças ao seu luxuoso aval.Vere vere gude!

Biratan Porto disse...

Mas vosmicê é um escriba dos bãos.
Eu que agradeço seu texto baianístico e de enletrado sabor acarajéstico dá um thcham neste desletrado blog.
Biratan tantan